Minha idéia ao criar este blog é de compartilhar com amigos e aqueles que porventura tenham interesse, pensamentos, princípios e práticas simples que podem gerar resultados (nos diferentes papéis que exercemos na vida), mas sem perder de vista a idéia central:COLOCAR A MINHA, A SUA, A NOSSA CRIATIVIDADE EM ATIVIDADE, PORTANTO CRIATIVE-MO-NOS TODOS! Vivian Broge

domingo, novembro 26, 2006

Contra negantem principia non est disputandum

Dentro de minhas incursões pelo mundo da filosofia, deparei-me com um livro de Schopenhauer (que me foi dado pelo meu marido). Trata de um tema extremamente em voga no competitivo mundo globalizado: “Como vencer um debate sem precisar ter razão”.
O livro aborda a dualidade da Dialética de Aristóteles x a Erística de Shopenhauer.
Ora, assim como eu antes de ler o livro, muitos de vocês devam estar se perguntando: afinal o que essas duas palavras querem dizer e depois qual a diferença entre elas. Bem, passemos para os esclarecimentos pertinentes:
Para Aristóteles só havia quatro ciências do discurso: a poética, a retórica, a dialética e a analítica (esta última chamada hoje de lógica). Destas, as duas que lidam com a ARTE da discussão são a retórica e a dialética.
Ao definir como arte da persuasão, Aristóteles esclarece que há 3 fatores determinantes da persuasão – a pessoa do orador, os fatos de que ele fala e o teor dos argumentos. A retórica tinha como objeto de estudo somente os argumentos.
Segundo a proposição aristotélica, a beleza do orador, o respeito que os demais temos pelo orador, a natureza dos fatos e, documentos e provas materiais são decisivos para a persuasão, mas não são retóricos e por isto não são objetos desta discussão. E ainda, a honestidade do orador e ainda mais a desonestidade do orador também são apartados desta discussão filosófica.
Já Schopenhauer, em seus estudos, coloca essencialmente em foco, a argumentação desonesta, também chamada de erística.
Quanto a dialética, podemos de maneira simplista defini-la como a arte de confrontar os argumentos contraditórios oferecidos em resposta a uma questão, para encontrar os princípios de base que dão a questão uma resposta mais racional. È uma arte da investigação, que pode preparar o orador para o treinamento escolar/acadêmico e também para os debates públicos.
E advertia Aristóteles que não se deve dialetizar com quem não conheça o assunto e as regras da argumentação válida:
Contra negantem principia non est disputandum.
Sendo assim, se fará necessário mais uma postagem para melhor definir a erística, antes de dialetizarmos.